quinta-feira, 30 de junho de 2005

Desenhos no local de trabalho

Em certos gabinetes deparo num fenómeno que já tinha verificado, embora a uma menor escala, no emprego anterior: os desenhos.
Geralmente colados na parede atrás da sua secretária como se de troféus se tratasse, demonstram o quão babados estes pais são.
Babados pois, salvo raríssimas excepções, não são propriamente obras primas das quais se possa fazer algum elogio técnico.
Quanto muito pode é receber elogios do tipo: «Lopes, o seu filho deve ser adorável e muito inteligente, a julgar por esse desenho tão bonito».
Ou então pode ser abonatório na hora do chefe repensar a sua posição na empresa, especialmente se ele for um coração de manteiga...

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Foto da família na secretária

Qual a razão que leva as pessoas a ter uma fotografia da família na secretária a olhar para elas?
Será que se esquecem que são casados?
Ou será que dizem para si próprios: «Pronto, cinco horas. Está na hora de ir fazer a ronda pelos bares e ir engatar umas babes. Espera aí. Olha-me só para esta fotografia. Tenho mulher e dois filhos. Tinha-me esquecido completamente! É melhor ir para casa.»

terça-feira, 28 de junho de 2005

Local de trabalho

Certas pessoas não vêem o seu escritório como local de trabalho.
É mais como umas férias que se passam fora de casa.
Comem uns bolinhos, bebem uns cafés, ligam no máximo o ar condicionado, estão todo o dia com o computador ligado à net, têm um telefone para ligar para todo o lado, tiram umas fotocópias para os amigos, levam as revistas que não têm tempo de ler em casa, põem a conversa em dia e, quando é hora, vão-se embora para casa...

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Procurar lugar para estacionar

Agora que estamos no Verão, aproveitamos, sempre que possível, para ir à praia.
Mas onde estacionar o carro? A 2 kms de distância? Nem pensar! Temos sempre a esperança de encontrar aquele lugar mesmo em frente à areia.
Nunca vos aconteceu ir a guiar o vosso carro e, de repente, começam a seguir uma pessoa porque pensamos que ela se vai a dirigir para o seu carro e queremos o lugar? Não é estranho quando um carro anda à mesma velocidade que uma pessoa?
A pessoa pára, nós paramos, ela vira, nós viramos. Com sorte não somos mandados parar por uma patrulha da BT por conduzir embriagados...

quarta-feira, 22 de junho de 2005

Mundos apartados

Em pleno século XXI, é ainda possível descobrir no nosso Portugal pessoas que pensam que para além da sua aldeia não existe mais nada.
São pessoas que vivem daquilo que a terra e os animais lhes dão e que, à sua maneira, são felizes pois não conhecem outra realidade que não aquela.
Quando se procura dar a uma pessoa destas a oportunidade de descobrir a realidade que desconhecem, nota-se-lhes uma expressão de deslumbramento mas, ao mesmo tempo, de receio por algo que vivem pela primeira vez.
Deslumbramento e receio por coisas que, para nós é um dado adquirido e que sem elas provavelmente já não conseguimos viver.

Mas, quando se faz uma coisa destas com um jovem na flor da idade, espera-se que ele volte para a aldeia e que continue contente no mundo em que vivia, alheio a tudo o que se passa no exterior e que, agora, sabe que existe?

Dá-se uma experiência deste tipo a uma pessoa e depois diz-se: “Então, adeus. Volta lá para a tua aldeia”. Creio que não é bem assim.

É como dizer a uma criança onde está o pote das bolachas e depois dizer-lhe que não as pode comer...

segunda-feira, 20 de junho de 2005

Monteiro no pódio no GP... da Farsa

Decorreu este fim-de-semana mais um Grande Prémio de Fórmula 1 e, pela primeira vez na história, um português chegou ao pódio.
Apesar de ter ficado feliz pelo feito do piloto nacional, a que se junta um record de corridas sucessivas terminadas (já vai em nove), não posso deixar de estar triste pois este feito só foi possível graças à não participação de 7 equipas.
Face à configuração da pista de Indianápolis que provoca um excessivo desgaste dos pneus e a um erro da Michelin que levou pneus que apenas duravam 10 voltas, esta aconselhou as escuderias, que se equipam com os seus pneus, a não participarem neste GP, por motivos de segurança!!!
Uma vez que não se chegou a um consenso para resolver este imbróglio, apenas participaram a Ferrari, a Jordan e a Minardi, para descontentamento dos milhares de espectadores que estiveram presentes em Indianápolis e dos milhões por todo o mundo.

Que rumo quer seguir a F1 que, após o domínio avassalador da Ferrari de Schumacher, se apressou em nivelar por baixo esta competição, através da implementação de várias regras absurdas que contrariam a lógica do espectáculo que se quer da F1.
Sugestão: Agora que a Ferrari já não domina, talvez fosse boa ideia voltar às regras antigas.
Por favor não destratem este e outros fãs incondicionais que acordam com gosto nas madrugadas de Domingo só para ver este grande espectáculo que tem vindo a perder prestígio.
Este último episódio pode não ter matado a F1, mas de certeza que a deixou em coma alcoólico...

sexta-feira, 17 de junho de 2005

World Jump Day

A ideia de um salto no dia 20 de Julho de 2006 pelas 11:39:13 passa pela tentativa de desviar o planeta Terra para uma nova órbita.
Segundo o site http://www.worldjumpday.org/ cientistas investigadores provaram que uma mudança do posicionamento do nosso planeta fará parar o aquecimento global, aumentará as horas do dia e criará um clima mais homogéneo!!!
Foi publicado um relatório que diz que para que a órbita da Terra seja desviada é necessária a força de um salto humano combinado. Existe uma estimativa que aponta para a necessidade de o salto conjunto ser efectuado, no mínimo, por 600 milhões de pessoas no hemisfério ocidental.
Como resultado deste salto humano, e tendo em conta as dimensões do planeta, um pequeno desvio reduzirá o aquecimento global para um mínimo...




… e nivelará o clima global para uma temperatura média mais habitável, obtendo-se um contributo positivo para as regiões com climas mais extremos.



Dá para acreditar?…

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Grupos de extrema-direita já saem do armário

Circula na internet uma convocatória para este Sábado em Lisboa um protesto contra o aumento da criminalidade e insegurança.
Haverá uma marcha a partir das 14 horas que irá desde o Martim Moniz até ao Rossio.
Note-se que o pedido para autorização de uma concentração tem de ser pedido ao respectivo Governo Civil até 2 dias antes da data da manifestação.
Por enquanto, tal ainda não aconteceu mas já se diz que se tal não for aceite, o programa será apenas alterado.
Eu não tinha dito que isto ia acabar por acontecer?
Vamos tentar não combater os problemas com soluções fáceis do passado...
Dia 18 promete ser escaldante.




terça-feira, 14 de junho de 2005

Couch Surfing

Agora que se aproxima o Verão, há que decidir onde passar as férias.
Para quem não tenha muitos recursos financeiros e goste de partir à aventura, a solução pode estar à distância de um click em http://www.couchsurfing.com/
Por exemplo, se me apetecer ir a Paris, basta procurar alguém que aí tenha uma residência e que esteja disposto a receber-me. Poupa-se em hotéis e em visitadas guiadas pagas.
O inverso pode também acontecer, ou seja, uma pessoa de qualquer parte do mundo pode-nos contactar no sentido de poder ficar uns dias lá em casa.
Não existe, porém, a obrigação de acolher a pessoa. Mesmo que já esteja tudo tratado para receber a visita em questão, nada impede que à última da hora se desmarque tudo.
Pode acontecer que essa pessoa não seja tal e qual se imaginava quando travaram conhecimento pela net.
Modernices...

sábado, 11 de junho de 2005

Insegurança chega às praias

Tenho na memória a imagem de turistas a serem barbaramente assaltados por meninos das favelas, em plena luz do dia e à vista de todos, na Praia de Copacabana no Rio de Janeiro.
Pensei, na altura, ainda bem que isto não acontece, pelo menos daquela forma, em Portugal.
Pois foi precisamente no dia de Portugal que tal certeza se desfez.
Cerca de 500 (ou mais!) jovens “portugueses” de origem africana, provenientes dos bairros de risco da Amadora, inundaram a Praia de Carcavelos.
Infelizmente não foi para tomarem banhos de sol...
Será este um caso isolado?
Pela excelente organização demonstrada creio que outras situações do género poderão ocorrer...
Se tal se vier a repetir com alguma frequência, vai haver muito descontentamento social e quem ganha com isso são os partidos de extrema-direita nacionalistas, xenófobos e racistas.
Vamos querer combater a realidade de hoje com as práticas do passado?...


sexta-feira, 10 de junho de 2005

Liverpool na Liga dos Campeões

É finalmente feita justiça e, na próxima época, a equipa campeã da Europa vai poder ter a possibilidade de defender o título alcançado esta época.
Recorde-se que tanto a 5ª posição alcançada na Primiership como a possibilidade do campeão europeu de clubes poder defender o seu título não estar contemplada nos regulamentos impossibilitavam o Liverpool de ter um lugar na Liga dos Campeões da próxima época.
Hoje o Comité da UEFA decidiu-se pela participação do Liverpool na Liga milionária da próxima época.
E como o Liverpool entra imagine-se quem sai prejudicado por esta situação...
Pois é o F.C. Porto, campeão europeu de clubes da época passada, que assim passará do pote dos principais cabeças-de-série para o 2º pote.
Lá está um caso de como a justiça para uns se pode tornar numa injustiça para outros!


quarta-feira, 8 de junho de 2005

Inferno... à vista

Não é preciso ser adivinho para me aperceber que este Verão vai ser novamente negro.
Disse Verão?
Perdão... ainda estamos na Primavera mas as nossas florestas já estão a ser fustigadas pelas implacáveis chamas que, ano após ano, teimam em destruir o pouco verde que ainda existe.
Pouco porque graças à situação actual de seca extrema que o nosso país vive, o verde tem este ano uma cor acizentada.
Se a prevenção e o eficaz combate ao incêndio não forem imediatamente acautelados, depressa o país ganha outra cor: o preto.
Espero que no final deste inferno não tenhamos (novamente) de “aprender” com os erros cometidos.
Basta de brincar com o fogo!


terça-feira, 7 de junho de 2005

Caso Campos e Cunha

Sou um bocado suspeito ao falar deste Senhor que foi reitor da minha faculdade.
No entanto, face aos acontecimentos gerados na comunicação social, não poderia deixar passar este caso.
A situação é a seguinte: um ministro que nos tenta passar a moralidade ao anunciar medidas de austeridade com vista a sanear as contas públicas deste nosso pobre Portugal.
Diz-se que é imoral que o ministro das Finanças aufira, juntamente com o salário de ministro, uma pensão milionária.
Mas vamos por partes.
Essa pensão é-lhe por direito concedida pelo trabalho prestado como Vice-Governador do Banco de Portugal, tendo aí exercido funções 5/6 anos.
É imoral que ao fim de 5/6 anos de trabalho uma pessoa tenha direito a uma pensão... e, ainda para mais, milionária?
À luz da lei não é.
Não é, portanto, o ministro que é imoral, mas sim a lei que permite que situações desta ocorram.
É uma lei imoral aos olhos dos cidadãos que têm de trabalhar até aos 65 anos ou ter 36 anos de serviço e no fim receber pensões de miséria.
Mas é imoral que o ministro apesar de estar a exercer funções e a receber um salário acumule também o recebimento de uma pensão?
Agora podemos virar o tabuleiro ao contrário. O que seria de muitos pensionistas se à sua miserável pensão não a complementassem com os chamados “biscates”?
Estaremos a tapar o sol com a peneira... ou estaremos todos com inveja?
A situação parece de facto imoral, mas é legal!
O ministro está dentro da lei, portanto se existe imoralidade ela reside na lei e não na pessoa do Sr. Ministro que apenas se limita a cumprir a lei.
Mas então as leis são imorais?
Que país é este que aprova leis imorais?
Alguém se importou quando foi aprovada?
Estaríamos todos viciados pelo fumo da sociedade que só agora que estamos a tossir compulsivamente e com os pés para a cova nos apercebemos que há imoralidade na nossa sociedade?
Parece-me que esta sociedade necessita de um bode expiatório para descarregar toda a sua frustração e indignação pelos sucessivos anos de desgoverno da nossa jovem democracia, que em vez de se fortalecer parece dar cada vez mais pontos ao fascismo!

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Inauguração d' O Cantinho do Smoke

Bem-vindo(a) a este blog.
Quando pensei em iniciar a minha actividade de bloguista deparei-me com várias dúvidas e incertezas...
Serei capaz de manter um blog com assuntos interessantes?
Serei capaz de ser original?
Serei capaz de cativar outros a discutir os temas propostos?
Será que estou a dar um passo maior que a perna?
Após muitas outras dúvidas deparei-me com outra crucial... que nome dar ao blog!
Pensei, pensei, pensei...
Até que me surgiu uma visão da minha adolescência em que me deparava com uma situação muito interessante que caracterizei como “o cantinho do smoke”.
Mas o que era realmente o cantinho do smoke?
Na minha escola havia 4 pavilhões, e era atrás de um desses pavilhões que jovens da minha idade (e mais novos ainda) puxavam de um cigarro e aí cometiam, a meu ver, talvez o maior erro das suas vidas com a cumplicidade de uma escola que em vez de educar deseducava.
E o péssimo exemplo surgia... da sala dos professores.
Era hábito espreitar para dentro dessa sala através das janelas na esperança de não encontrar o professor que ia dar aula.
A certa altura apercebi-me de uma sinal de proibição de fumar que se encontrava no interior dessa mesma sala e que era escandalosamente visível.
No entanto, não havia sinal que demovesse essa classe, que deveria ser nobre e de exemplo para os seus educandos.
Tal como nessa altura, actualmente vemos muitas situações dúbias a que tendencialmente nos calamos e fingimos que não acontece, tornando-nos cúmplices por omissão.
No entanto, à medida que se vai ganhando poder e uma maior consciencialização dos problemas da sociedade, pergunto-me a mim próprio... porque não agitar a sociedade tocando com o dedo na ferida mas ao mesmo tempo desinfectando essa mesma ferida para que sare depressa e bem?
Mas, de que vale sarar uma ferida que constantemente se abre e que raramente tem tempo de sarar?
Porque nos misturamos no fumo da sociedade em vez de procurar o ar limpo que (ainda) existe?
Porque se valoriza o mau em detrimento do bom?
Porque se contenta com o bom quando o óptimo está mesmo ao lado?
Porque se critica a sociedade e um metro depois já nos juntamos ao seu fumo?
Diz-se que é fácil criticar, mas o que é criticar?...
É dizer mal nas costas e na frente dar o maior dos elogios?
É ser mal para os outros mas não se aplicar a si ou aos seus próximos?
Seremos nós os moralistas da sociedade e os outros os antros dessa mesma sociedade?
Este blog tentará ser ambicioso e não procurará fazer a crítica fácil.
O objectivo deste blog será o de eliminar os cantinhos do smoke que existem não só em Portugal mas por todo o mundo.
Seja bem-vindo(a) ao Cantinho do Smoke.