Mundos apartados
Em pleno século XXI, é ainda possível descobrir no nosso Portugal pessoas que pensam que para além da sua aldeia não existe mais nada.
São pessoas que vivem daquilo que a terra e os animais lhes dão e que, à sua maneira, são felizes pois não conhecem outra realidade que não aquela.
Quando se procura dar a uma pessoa destas a oportunidade de descobrir a realidade que desconhecem, nota-se-lhes uma expressão de deslumbramento mas, ao mesmo tempo, de receio por algo que vivem pela primeira vez.
Deslumbramento e receio por coisas que, para nós é um dado adquirido e que sem elas provavelmente já não conseguimos viver.
Mas, quando se faz uma coisa destas com um jovem na flor da idade, espera-se que ele volte para a aldeia e que continue contente no mundo em que vivia, alheio a tudo o que se passa no exterior e que, agora, sabe que existe?
Dá-se uma experiência deste tipo a uma pessoa e depois diz-se: “Então, adeus. Volta lá para a tua aldeia”. Creio que não é bem assim.
É como dizer a uma criança onde está o pote das bolachas e depois dizer-lhe que não as pode comer...
1 comentário:
A minha aldeia chama-se Portugal...
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