Os acontecimentos recentes em França com a revolta dos filhos de imigrantes (sobretudo magrebinos), provocando distúrbios e incendiando carros, casas e instalações levam-nos a reflectir sobre este assunto não só no caso específico francês mas por toda a Europa.
Um país que acolha imigrantes, legais ou ilegais, tem de garantir que estes sejam necessários e úteis para o desenvolvimento económico e crescimento sustentável do seu país, ou, caso contrário, deve expulsá-los.
Face à vertiginosa queda das taxas de natalidade, abaixo do limiar de renovação das gerações (2,1 filhos por casal), é a imigração trabalhadora que contribui para a sustentabilidade do sistema de Segurança Social.
Sendo usualmente atribuído a estes imigrantes não qualificados os trabalhos que os nativos se escusam fazer, atribuir culpas aos imigrantes pelas elevadas taxas de desemprego não é completamente justo.
Mas quando os filhos destes imigrantes, já nascidos na Europa, têm a sensação que a sociedade os discrimina e não lhes dá condições para se poderem integrar e ascender socialmente, a revolta surge.
A revolta, que até agora estava disfarçada, desmascarou-se e ameaça alastrar-se por toda a Europa.
Quem tem, afinal, razão? Eu diria que todos e ninguém ao mesmo tempo.
Passo então a explicar:
1. Os filhos de imigrantes têm razão quando se sentem rejeitados e sem futuro, mas perdem-na quando se mostram como vândalos.
2. A sociedade francesa (e europeia) não tem razão em acolher indevidamente e sem condições os imigrantes e não integrar, pelo menos, os seus filhos, europeus de nascimento. Conseguiram, no entanto, ganhar a razão com a atitude verdadeiramente terrorista destes jovens revoltados.
Vamos ver se o barril de pólvora, que existe também em Portugal, não explode...