Geração dos ‘mil-euristas’
O Estado-Providência é, na verdade, já um mito para muitos milhões de pessoas. Existe ainda e cumpre cabalmente a sua função junto das gerações mais velhas, assegurando por enquanto as pensões, a assistência médica ou os subsídios de desemprego.
Mas para os jovens, que estão no mercado de trabalho, por vezes há bastante mais do que uma década, o emprego certo e seguro não passa de um sonho irrealizável.
A geração dos 'mil-euristas' é composta por milhões de licenciados, que sabe línguas estrangeiras, possui mestrados, doutoramentos, estágios de formação e que não ganha mais de mil euros. Aliás, muitos dos estágios não são remunerados e os empregos são temporários e mal pagos tendo em conta a sua formação superior.
Além disto, o 'mil-eurista' gasta mais de um terço do salário no aluguer, não põe dinheiro de parte, não é proprietário, não tem carro nem filhos e vive um dia de cada vez...
São pessoas cujo presente instável só pode assegurar-lhes um futuro ainda mais incerto.
Actualmente, o que pesa mais na balança? Um emprego seguro que dá um bom rendimento mas que não satisfaz profissionalmente ou um emprego precário que, por muito aliciante que seja o trabalho desenvolvido, não proporciona nenhum tipo de estabilidade e de retorno financeiro?