sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Aborto

Uma vez que iniciou a campanha para o referendo sobre o “aborto quando me apetecer”, decidi colocar um artigo de opinião que encontrei num jornal:

«Muito tem sido dito e escrito sobre este assunto, sem que muitas vezes as pessoas saibam o que realmente está em causa. Li o comentário de uma leitora do Destak que se mostra indignada porque, alegadamente, a sociedade e a Igreja condenam em praça pública a mulher que aborta, sem se preocupar com as que são vítimas de violação. O que esta leitora não sabe é que a Igreja não condena, mas acolhe a mulher que aborta, apesar de ser a favor da vida por respeitar um mandamento que diz «não matarás». Do mesmo modo que esta leitora não saberá que uma mulher que tiver sido violada pode abortar até às 16 semanas, que caso a criança previsivelmente venha a sofrer de doença grave incurável ou de malformação congénita pode abortar até às 24 semanas e que, sendo inviável, pode abortar a qualquer altura. A lei actual contempla ainda a possibilidade de a mulher abortar até às 12 semanas, se o aborto for indicado para evitar perigo de morte, ou de lesão grave e duradoura para a saúde física ou psíquica da mulher grávida. Sendo o aborto sempre consentido se constituir o único meio para remover perigo de morte ou de lesão grave e irreversível para o corpo, ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida. O que é triste é que só porque estamos em pleno século XXI se ache que se pode matar livremente as crianças, sem qualquer razão, até às 10 semanas, só porque nos apetece. O que é mau e certamente não é justo é que eu, que sou contra o aborto, tenha de pagar para que outros o façam, com prioridade sobre outras cirurgias, em hospitais que são de todos nós. O que é péssimo é que não se pense em educar, em responsabilizar, mas apenas em matar.»

Para terminar gostava de colocar a seguinte questão: se a lei já estivesse aprovada por altura em que nasceste e a tua mãe tivesse acordado para o lado errado achas que estarias a ler este post?...

Já agora, não quero com este post ofender ninguém, uma vez que defendo que cada qual tem direito a expressar as suas opiniões e os seus princípios.

1 comentário:

chateaufiesta disse...

Eu acho que se fosse mulher e lesse a tua frase: "se a lei já estivesse aprovada por altura em que nasceste e a tua mãe tivesse acordado para o lado errado achas que estarias a ler este post?" me sentiria profundamente ofendida.
Até parece que o acto de abortar tem alguma coisa a ver com acordar mal disposto.
É um processo complexo, não é uma decisão que se tome de animo leve. Dúvido que alguém decida abortar porque acordou mal disposto ou está com azia.

Quanto ao texto e ao facto de referirem os hospitais, para que saibas sai mais caro pagar os tratamentos e medicamentos das mulheres que optam por fazer abortos clandestinos que depois correm mal do que o próprio aborto medicamente assistido.

Além disso a pergunta do referendo é sobre a legalidade do acto não tem nada a ver com concordar ou não com o aborto.