Racismo
Uma estudante guineense de Direito, na Universidade de Coimbra, deslocou-se a uma loja de um centro comercial após uma amiga lhe ter dito que "aquela loja tem em promoção os ténis que queres".O estabelecimento estava fechado, mas subiu ao andar imediatamente acima, como sugeria o aviso, afixado na vitrina.
O proprietário desceu, abriu a porta e entrou com a cliente, para ela avaliar melhor os ténis.
A jovem guineense não tardou a perceber, no entanto, ser pouca a vontade com que estava a ser atendida e reagiu, ao que o vendedor lhe disse que “por acaso, não gosto de te atender" acrescentando ainda que "não vale a pena perder tempo, sai da loja."
Foi o que ela fez mas não sem pedir o livro de reclamações, algo que o dono da loja se recusou, rejeitando identificar-se também. "Esqueci-me do nome, melhor, não te digo o meu nome, nem tenho nada que te dar o livro de reclamações, és escura, és coisa que não existe."
Perante estas palavras, a jovem acusou-o de ser racista, ao que o comerciante reagiu mando-a sair, sob pena de lhe dar "umas bolachas". Advertindo-a de que "não estava a brincar", o homem insistiu: "Desaparece daqui", "vai fazer queixa a quem quiseres".
Confrontado pelas suas alegadas atitudes, o comerciante reagiu: "Escura? Não sei se disse isso, mas se disse não estava a mentir".
Além disso, rejeitou a ideia de o seu comportamento configurar uma atitude racista, explicando a situação com o facto de ter "muito que fazer" e estar, naquela altura, sozinho. Argumentou que, do modelo de ténis que ela queria, só tinha o tamanho 36 e "ela calça para aí 39", constatou, pois, com "a experiência" ("ando nisto há dez anos"), bastou-lhe olhar para os pés da cliente.
Episódios como estes acontecem concerteza um pouco por todo o país, e acredito que seja considerado normal por quem o faz, mas é sempre lamentável qualquer prática discriminatória, seja ela racista, xenófoba ou de qualquer outro tipo.
1 comentário:
O nosso mundo... Infelizmente
Menino desaparecido =P
Sorrisos com beijos
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